segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Projeto Acalantis

Pode até parecer loucura, mas por que não registrar a "luta" pela compra do primeiro apartamento em um diário virtual? Afinal, não se trata de um apartamento qualquer e sim do idealizado. Sabe aquela sensação de estar diante do cara (ou moça) dos sonhos e não conseguir ter olhos para mais nada? Ou deparar-se com o carro perfeito, ou com a sandália no tamanho exato? Foi isso o que aconteceu comigo, quer dizer, conosco. Pouco mais de um ano depois de iniciarmos a busca pela casa própria, eis que nos deparamos com o Acalantis.

Vamos ao começo dessa história. Era final de julho mais ou menos, quando veio o estalo de perguntar a uma conhecida que morava no edifício se havia alguma unidade para vender lá. Foi uma iniciativa meio sem propósito. Perguntamos por perguntar. Como já tínhamos feito com tantos outros amigos. Até aquele momento, não conhecíamos o prédio. Não sabíamos que ele seria tema de várias conversas posteriores e quase que uma ideia fixa. Bem, descobrimos que um casal de senhores (senhora + senhor = para não ficar dúvidas) estava com a intenção de vender o 801. Ana foi a primeira a conhecer o apartamento, que fica no início de Boa Viagem. Por já ser "garota zona sul", ficava mais fácil. Numa das vezes que voltava do trabalho para casa (Setúbal) inventou de parar lá (sem mim).

Como esperado, o primeiro contato não seria apenas um primeiro contato normal. Afinal, somos nós as protagonistas. Tinha de ter alguma marmota. E o que seria apenas uma visita ao apartamento, transformou-se em uma conversa de duas horas e tantos outros minutos. Vale salientar que, depois de trabalhar quase 12 horas ininterruptas e de ter feito somente um lanche no meio da tarde, Ana a essa altura estava azul de fome. Fez inúmeras tentativas para colocar reticências na conversa (ponto final só mesmo no dia que comprarmos nosso espaço no Acalantis) e nada.

Dona Auxiliadora e Seu Otacílio, os proprietários, mais pareciam ter encontrado uma amiga de longas datas. Da juventude do patriarca aos dias atuais, tudo foi cuidadosamente esmiuçado. No final, a pobre interlocutora apenas conseguia se concentrar no cheiro da sopa que vinha da cozinha. Mas, muito atenciosa como é, fez um esforço para não perder uma vírgula do que foi dito. Se ela fechou negócio ali mesmo? Quiséramos nós. Papo ia, papo voltava e nada de bater o martelo. Qualquer nova palavra proferida pela pseudo compradora era mote de outra história e outra história, e outra, mais outra - contadas sempre em detalhes pelo casal.

A possibilidade de chegar a um acordo quanto ao preço do imóvel e de fechar a compra eram as únicas coisas que mantinham Ana ainda de pé. Qual foi a surpresa dela, que, depois de quase sair com um livro escrito sobre a vida dos proprietários, ela escuta de Seu Otacílio: "Sim...quanto ao apartamento, nós ainda não temos data para sair daqui e nem sabemos quando vamos mesmo vendê-lo". Pois é, eles estavam procurando por outro maior para morar e a previsão de mudança era zero! Começaria ali nossa peleja. Cheguei a visitar o Acalantis pouco depois de Ana, o que só piorou nossa situação. Agora, em vez de uma, são duas na ânsia por comprar o apartamento. O desenrolar disso, contudo, virá nas próximas publicações. Até porque, a teimosia é nossa característica mais destacada!

Um comentário:

  1. É a pedra fundamental. É a essência de toda realização. O blog e o sonho, juntos, vão nos levar ao Acalantis.

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